Não há nada como dar voz ao “povo” em directo, na televisão. Esta manhã, nos habituais programas de antena aberta dos três canais de televisão, o “povo” que costuma telefonar para esses programas puxou da “criatividade” para criticar o orçamento, o Governo, a Oposição, os políticos, o Presidente – o actual, o próximo e os anteriores, em suma “essa gente”. “Aldrabões”, “doentes mentais” “ridículos”, “língua até ao céu”, “mentiroso compulsivo”, foram alguns dos mimos ouvidos em directo.
Os “pivots” desses programas e os convidados que vão pontuando os telefonemas colocados “no ar” ficam, em geral, impávidos e serenos. Às vezes, sorriem, agradecem a “intervenção” e passam ao comentário. É claro que quem telefona não quer saber das análises nem dos comentários dos convidados. Quer apenas desabafar, criticar e insultar. As televisões alimentam isso, passando em rodapé as “intervenções” mais picantes.
Esses programas são apresentados como espaços de interacção e de democracia participada. Mas às vezes há contratempos. Como aconteceu aqui. Admire-se, já agora, a forma notável como a “pivot” reagiu.
A “criatividade” em directo tem destas coisas…