O primeiro-ministro chegou à Gulbenkian, esta manhã, para dizer umas palavras numa iniciativa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) – Ciência 2012 Portugal – Caminhos de excelência em ciência e tecnologia – onde participaram também o ministro da Educação e a secretária de Estado da Ciência. Investigadores de todo o País enchiam a entrada do Auditório e, lá dentro, poucos lugares sobravam.
Uma chuva de repórteres, de microfone em punho e câmara ao ombro, caíu em cima do primeiro ministro que durante longos minutos acedeu a responder a todas as perguntas perante o ar embevecido do ministro e a impaciência de quem tinha chegado a horas para assistir à sessão desde o início.
Eu estava lá e ouvi o primeiro-ministro responder a todas as perguntas. Arrebitei as orelhas quando o ouvi dizer – “estou habituado a que ao longo dos anos algumas figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais…”.
Pensei para mim: “Está habituado”?…. “ao longo dos anos?” A que figuras políticas se refere? Mário Soares precisa de protagonismo? E Manuel Alegre também?
Se alguém vindo de outro planeta ouvisse o primeiro-ministro havia de pensar que ele é primeiro-ministro “há longos anos” e que “os políticos do 25 de Abril”, querem “protagonismo”!
Ora, se a decisão de Soares e Alegre de não comparecerem às comemorações oficiais do 25 Abril me parece menos feliz, o comentário do primeiro-ministro é patético!
Só depois de ouvir e ver os números apresentados pela Secretária de Estado da Ciência sobre o crescimento da Ciência e da Investigação em Portugal nos anos de 2006 a 2011 percebi que era preciso desviar as atenções do salto gigantesco que Portugal deu, neste domínio, com o governo anterior, com Mariano Gago como Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Era preciso, pois, dar o protagonismo ao primeiro-ministro e não aos números da Ciência. O 25 de Abril foi o pretexto…
Os dados apresentados esta manhã na Gulbenkian (ainda) não estão disponíveis, mas consultando o sitio da FCT podem encontrar-se alguns. Eis um exemplo de factos de que os jornais não falaram:
Um frango a tentar cantar de galo!…
contem lá as entrevistas e vejam quem é que precisa de protagonismo
exactamente