Este comentário da jornalista do Expresso Elisabete Tavares, a que só agora cheguei através das redes sociais, merece-me alguns comentários:
Em primeiro lugar, tratando-se em particular de uma jornalista espera-se que as suas afirmações, ainda que proferidas num espaço de opinião (o que não desobriga qualquer pessoa de ser rigorosa, quanto mais um/a jornalista) sejam fundamentadas e possam ser provadas.
Assim sendo, seria útil que a afirmação de que “os partidos servem sociedades secretas” tivesse remetido para casos que a jornalista conheça, ainda que alguns desses casos possam ter sido objecto de notícias que nem todos ouviram ou leram. O estigma lançado sobre todos os partidos além de pouco rigoroso é injusto porque, como em todas as funções e profissões, nos partidos há gente séria e, provavelmente, gente menos séria.
Em segundo lugar, se os partidos têm “comentadores pagos só” para lerem e comentarem as opiniões dos jornalistas, é um direito que lhes assiste. A liberdade de expressão não é só para os jornalistas. Mas também aqui convinha que se a jornalista conhece algum uso abusivo dessa prerrogativa usada por algum partido poderia tê-la identificado para, mais uma vez, não generalizar uma acusação pouco rigorosa.
Se os partidos têm esses comentadores “só” para lerem e comentarem as opiniões que lhes são desfavoráveis, é sinal de que estão atentos ao que os jornalistas (espera-se que não só os jornalistas) pensam e dizem deles. É aliás, um dever dos políticos, no governo ou na oposição, estarem atentos e justificarem os seus actos e as acusações de que são alvo. Não é isso que os jornalistas procuram quando “correm” atrás deles de microfone em punho?
Não conheço nenhuma reacção de um partido ou de um político a este comentário. O que também não é um bom sinal. No actual sistema mediático, existem cumplicidades entre os dois campos – política e média – nomeadamente no chamado “jornalismo político” que criam dependências mútuas. Assim se explicam alguns silêncios (de parte a parte, diga-se).
O problema é que à uns anos foi criado um cargo politico, pelos governantes que é o de assessor jornalistico, do governo e deve ser muito bem remunerado, Ora isto na escala hierárquica , dos jornalistas deve ser um grande “tacho” e claro está que quem for do contra , ou tenha escrúpulos em dar a noticia com verdade, não terá ,decerto acesso a este tacho. Dizem que o jornalista não deve dar opinião , não deve tomar posição. Então ponham um leigo, analfabeto a dar a noticia, porque ó esse pode ser de tal maneira ignorante,que não saiba manipulação que a esmagadora maioria das noticias dadas pelos governantes, estão sujeitas.
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