Judite de Sousa foi notícia nos últimos dias por motivos da sua vida privada.
Ontem, Judite voltou a ser notícia porque Marcelo Rebelo de Sousa, como costumava fazer com Júlio Magalhães com quem frequentemente trocava presentes, lhe ofereceu biscoitos com a justificação de que tinha visto fotografias de Judite nos jornais (em fato de banho) e achou que está muito magra “com pele e osso”, disse.
Independentemente do sentido “machista” do comentário de Marcelo (mulher quere-se cheinha, é, professor?) não é a primeira vez que Judite de Sousa é notícia não por algum trabalho jornalístico mas por ela própria.
Alguns criticam-na, sobretudo jornalistas, com o pretexto de que o jornalista não deve ser notícia.
Acontece, porém, como escrevi aqui, que Judite de Sousa não é apenas uma jornalista de televisão. É também uma vedeta de televisão. Como qualquer outra vedeta, Judite cultiva o glamour, investindo na imagem e exibindo a “boa forma física”, como escrevem as revistas da sociedade.
Mas Judite de Sousa tem um mérito que lhe deve ser reconhecido. Judite firmou-se primeiro como profissional, ganhando lugar destacado na RTP e agora na TVI. Na RTP Judite começou por ser uma repórter como qualquer outra e fez-se a pulso. Não precisou de exibir o corpo, o rosto ou a família para chegar onde chegou. Diria que fez o percurso inverso.
Não sei se o seu contrato com a TVI envolve a exposição pública a que ultimamente tem sido sujeita, mas sei que isso acontece noutras profissões e não estranharia que assim fosse. Aliás, Judite de Sousa sabe que trabalhar para a TVI não é o mesmo que trabalhar para a RTP. Essa diferença não está apenas na “rentabilização” da imagem que a TVI (e a SIC) fazem da imagem das suas “estrelas”, sejam do espectáculo ou do jornalismo. Também no alinhamento e na selecção das notícias essa diferença é patente.
No início do aparecimento da televisão, um dos directores da BBC dizia que dar notícias é assunto demasiado sério para passar na televisão. Não tinha razão mas não andava muito longe do facto de a televisão ser sobretudo espectáculo, representação, emoção, sensação, imagem. Os seus protagonistas estão lá para nos “tocarem”, não para nos deixarem indiferentes.
Judite de Sousa percebeu isso por muito que custe a quem não goste de ver uma jornalista em fato de banho na capa de uma revista. Outros e outras tentaram antes e tentarão depois.
Não é bom para o jornalismo que um ou uma jornalista seja notícia não por fazer uma boa reportagem ou uma peça de investigação mas porque o seu casamento terminou ou o seu corpo se mantém “em forma”. Mas muita coisa teria de mudar para isso mudar também.
Para o bem e para o mal, o jornalismo mudou. E o jornalismo televisivo mudou ainda mais.
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eheheh…pena ser “anónimo”!
Eu gostava de ver a Assunção Cristas nua que também é uma figura mediática, a política mudou bastante e a que passa na televisão ainda mais. Já nem digo que a gostava de ver a desfiar conversas com banqueiros que isso sempre posso recorrer à Judite de Sousa em horário nobre nos intervalos em que não dá aulas onde ensina futuros jornalistas a escaparem das armadilhas dos grupos de pressão.
Ou então, talvez a ERC devesse comentar a bondade de contratos onde jornalistas sejam forçados a a surgir em fato de banho ou cantar ou ir a galas, bodas e funerais.
Raquel Alexandra, ex-jornalista em trânsito para académica de direito depois do trânsito feito como amiga de Relvas e se calhar do Marcelo, podia dizer o que acha do exercício por jornalistas dos chamados “actos sensuais de relevo”, talvez ensaiando uns movimentos sexys ou não tivesse ela andado também pela televisão. A Magno exigia-se voz rouca, máscula, um atributo radiofónico capaz de pôr as mais malucas a ofegar por mais.
Como muito bem refere, Judite de Sousa é uma vedeta da televisão, mas Marcelo Rebelo de Sousa também o é. Uma, deixa-se fotografar a corpo inteiro e entrevistar pela Caras, (Marcelo Rebelo de Sousa também aparece muito por essa revista), o outro, faz galanteios em directo para nos provar que é íntimo das personagens mediáticas. Como se nós já não soubéssemos que o são, a revista Caras conta-nos «as verdadinhas» todas.
(by the way, as separações são óptimas para proceder a mudanças, estava era na hora da Judite de Sousa deixar de pintar o cabelo de louro que aquela cor lhe fica deveras muito mal. o saltito agulha de 10 cm também já é muito piroso. é só um reparo.)
Da RTP, gostava de ver a Estela Machado em fato de banho… Da TVI, a Ana Sofia Cardoso.