António Borges morreu e a sua morte provocou manifestações verbais de extrema violência nas redes sociais. Ainda em vida muitas pessoas e instituições criticaram as suas intervenções públicas, muitas das quais inusitada ou propositadamente provocatórias, como o insulto aos empresários que contestaram a TSU e as declarações sobre a necessidade de baixar os salários dos portugueses ou a sua defesa da concessão a privados do serviço público de radiotelevisão.
Diria que se pudesse ler as reacções que a sua morte provocou, António Borges talvez entendesse que a violência de algumas das suas declarações, como as acima citadas, se transformariam, no seu desaparecimento, necessáriamente em reacções ainda mais violentas.
Também neste blog eu própria lhe dediquei alguns posts críticando declarações suas, por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui
A morte de António Borges foi manchete em quase todos os jornais, os quais, ao contrário do tom encomiástico usado por alguns dos seus amigos, usaram palavras adequadas, talvez percebendo que adjectivos como “brilhante” ou “genial” seriam incompreensíveis para a grande maioria dos leitores.
Porque não foi como “mente brilhante“, como lhe chamou o dono do Pingo Doce, que Borges se apresentou aos portugueses. Pelo menos não teve a inteligência de perceber que as suas “brilhantes” teorias económicas – baixar salários e aplicar a TSU aos trabalhadores – provocariam e provocaram (a primeira) muito sofrimento. O “brilho”do seu pensamento, se o havia, não foi usado na defesa da melhoria do bem-estar dos portugueses.
Sempre que ouvia António Borges nas suas polémias declarações e entrevistas televisivas me interrogava sobre as razões pelas quais nunca antes, quando no partido era o número dois de Ferreira Leite, quisera dar nas vistas afirmando as políticas que viria a defender após ter-se juntado a Passos Coelho.
Quando constatei que estava irremediavelmente condenado a pouco tempo de vida, percebi que António Borges decidira ser lembrado com o pensamento que afirmou nos últimos tempos e não como o político “apagado” dos tempos de Ferreira Leite.
Brilhante por quem e porquê???? Contribuiu para um país melhor? O que é que deixou para ser lembrado e seguido? Em minha opinião apenas um arrogante com teorias que que tinham como objectivo financiar banca e grandes grupos económicos através do aumento imoral da carga fiscal e perda de rendimentos(salários e pensões) de milhões de portugueses. não se perde nada…era apenas mais um a viver encostado ao OE
Quando as pessoas morrem são sempre bons, mas este nem depois de morto!!!
Tendo os jornais e televisões ouvido quase em exclusivo amigos, compagnons de route e outros cúmplices, decorre que os artigos jornalistícos estão longe de se poder considerar adequados.
Julguei estar ouvindo e lendo a entronização de novo santo – um pensador de génio e um católico sem papas na língua nas hagiografias do mercado de comunicação social.
Já lá vai o tempo em que, para se ser «uma boa pessoa» era preciso desaparecer temporariamente ou morrer! Hoje o povo não perdoa o mal que certas mentes que se julgam brilhantes lhes causa ! E com muita razão!!! Os próximos que se acautelem….