É tempo de Natal. Há os que chegam dos lugares para onde a crise, o desemprego e a obediência cega às imposições da troika os empurraram. Vêm da Suiça, de França, da Alemanha, do Brasil. São na sua maioria jovens. Esperam-nos pais, irmãos, avós.
Choram abraçados no reencontro – que a alegria solta mais as lágrimas do que a tristeza. Há um rapaz que soluça, mal consegue falar, quando a repórter lhe pergunta porque partiu. Pergunta tola, nem era preciso perguntar: “parti porque não tinha lugar aqui, no meu país”…..Há uma rapariga que não chora, tem um ar determinado e de desafio. Quase com raiva diz à repórter: “aqui não dá para viver, custou-me partir há quatro meses, mas agora não quero voltar já que o meu país não tem lugar para mim.”
A reportagem sai depois do aeroporto e mostra-nos o Natal dos que ficaram. É o Natal dos sem abrigo e da sopa dos pobres. Mesas postas, tudo preparado para a ceia dos “mais carenciados”, diz a repórter.
A reportagem ainda tem tempo de ir ver como vai o Natal nos centros comerciais. Há gente frenética que procura, à ultima hora, o presentinho para os seus. “Só para as crianças”, dizem alguns. Há quem teime em manter viva a tradição das prendas, dos manjares, das festas. Manter as nossas crianças na ilusão de que daqui a uns anos, quando chegar para elas o tempo de ser grandes, não terão de partir…
Pobre país e pobre gente. Um país que não dá trabalho aos seus filhos não tem o direito de ser país. Talvez por isso aqueles que hoje nos desgovernam não falem de um país, mas de um “protectorado”.
É assim o Natal no protectorado…
Quem ainda nos vale são os amigos, senão…
http://exiladonomundo.blogspot.pt/2013/12/os-tres-amigos-do-patricio.html
” E se não promulgasse o orçamento, teria muito mais custos para o país, muito mais, muito mais custos para o país”. É preciso não ter vergonha na cara. Como se chama uma pessoa que não cumpre o que jurou cumprir?. Digam baixinho para não se ouvir senão vão a tribunal. Cuidado com a pide.