A administração da Controlinveste anunciou a substituição do director do Diário de Notícias, João Marcelino, pelo jornalista André Macedo, até agora director do suplemento electrónico de economia do mesmo grupo, Dinheiro Vivo. De acordo com as notícias, a alteração na direcção envolve reposicionamento editorial do Diário de Notícias, que aponta para “uma linha mais próxima da informação de referência” .
A escolha de André Macedo para dirigir o jornal, pelo seu perfil e experiência na área económica, parece corresponder à centralidade que os temas de economia assumem nos dias de hoje na vida dos portugueses e dos europeus. Por outro lado, o objectivo de posicionar o jornal como “jornal de referência” é uma espécie de eterno retorno a que o DN regressa sempre, depois de alguns períodos em que hesita entre um perfil mais “popular” e um perfil mais próximo do conceito de “referência”.
Mais difícil parece ser o objectivo de recuperação de leitores para os níveis de há sete anos. De facto, os desafios que se colocam hoje aos jornais impressos não encontraram ainda respostas adequadas, tudo indicando que a compra de jornais em papel será cada vez mais uma opção minoritária que deverá ser compensada por um forte investimento no digital e na diversificação da oferta.
Numa época em que a publicidade escasseia ou é incerta e em que a oferta de informação gratuita se multiplica imparavelmente, o desafio maior é saber como levar os cidadãos a pagar por algo que eles podem obter gratuitamente e com qualidade satisfatória na internet.
A resposta residirá talvez em proporcionar-lhes informação com a qualidade, o rigor, a profundidade e a utilidade que eles não encontram gratuitamente. Ser capaz de conciliar a gratuitidade da informação disponibilizada online (num país em que a procura de informação jornalística não é um hábito enrarizado) com a disponibilização de conteúdos “premium” (pagos) é um desafio a encarar.
O Diário de Notícias está bem posicionado para a produção de conteúdos de qualidade, não apenas no que se refere ao noticiário de actualidade mas sobretudo recorrendo ao seu precioso arquivo e a uma redacção que, embora tenha perdido alguma memória, possui ainda um quadro de jornalistas experientes para a produção de conteúdos de maior exigência.
Foi uma subsituição que pecou por tardia! O J. Marcelino não esteve à altura
da função, não soube ou não quiz neutralizar a “célula” laranja instalada no
jornal, não equilibrou o “naipe” de cronistas na àrea da política, por fim deixou
ou imprimiu um “estilo” de quase tablóide a um jornal que se queria de referência!!!