A notícia de que a Comissão Parlamentar de Inquérito aos Submarinos dá por findos os seus trabalhos quando ainda estão por transcrever 17 audições, mostra bem a inutilidade destas comissões, em termos do rigor da investigação e, consequentemente, da impossibilidade de elas chegarem a conclusões credíveis .
Diz também o Público que a Comissão que investiga o negócio dos submarinos recusa seguir o rasto do dinheiro o que é bem exemplo de que o que se procura nessas comissões não é um conhecimento cabal dos factos mas sim resultados que não contrariem as convicções da maioria dos deputados que integram a Comissão.
Do ponto de vista metodológico, num caso em que alegadamente houve pagamentos ilícitos impunha-se, no mínimo, seguir o percurso das decisões tomadas em cada fase do processo e o rasto do dinheiro, o que, a crer na imprensa, os deputados da maioria recusam. Investigar casos de enorme complexidade como este, com base sobretudo em audições, sendo que os critérios para escolher quem é chamado a depôr são influenciados pela luta partidária, inquina qualquer conclusão.
Não se espera que as comissões parlamentares se substituam ao Ministério Público e aos tribunais, nem que se deixem influenciar pelas notícias. Mas se não procuram aprofundar os assuntos então mais vale os deputados ocuparem o seu tempo doutra maneira, já que não faltarão matérias sobre as quais o seu trabalho é necessário.
Como escrevi aqui e aqui não se nega que existe trabalho por detrás destas comissões parlamentares, quer da parte dos deputados, quer dos que são chamados a depôr. Contudo, os alinhamentos políticos e as posições e intenções de cada partido estão definidos à partida, o que as desacredita aos olhos dos cidadãos.
Estas comissões valem sobretudo pelo espectáculo televisivo das perguntas e respostas .- as mentiras de uns, os embaraços de outros, as omissões e os silêncios de mais uns quantos. As audições permitem apreciar a exibição dos deputados que atacam e dos que defendem quem é atacado, constituindo .uma forma de os deputados exibirem as suas capacidades oratórias. O problema é que não raras vezes são instrumentalizadas pelas maiorias que as dominam.
Nesses sentido, as comissões parlamentares de inquérito são um simulacro de uma verdadeira investigação.
Talvez esta notícia do i ajude a perceber:
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/investigacao-i-ricardo-salgado-ha-uma-parte-teve-ser-entregue-alguem#.VC7aWzbB2nE.gmail
Não foi o presidente dessa Comissão que, esteve envolvido no
famoso negócio dos sobreiros? Esse não era mais um projeto do GES?
Palavras para quê ? Será que conseguiram identificar o tal jacinto leite
capelo rego grande doador de vários depósitos de 10 mil euros na conta
do CDS-PP ??? FANTOCHADA É O QUE SÃO AS COMISSÕES !!!