António Costa e as virgens ofendidas

O director-adjunto do Expresso, João Vieira Pereira escreveu na sua coluna de opinião, da edição de 25 de Abril, um texto sobre o estudo dos economistas-PS , no qual se pode ler o seguinte:Expresso joão vieira pereita 25042015Na edição deste sábado, o mesmo jornalista publica na sua coluna um SMS que recebeu de António Costa, em resposta a esse texto. O jornalista mostra-se muito ofendido considerando que foi atacado e se sentiu condicionado na sua liberdade de pensar e por isso decidiu partilhar o SMS de Costa. Os comentários do jornalista a este email só estão disponíveis na edição impressa do suplemento Economia..

Expresso SMS de Costa a João vieira pereira“Moral” desta história: o jornalista acha que dizer que um partido (leia-se o seu líder) tem falta de coragem, “ausência de pensamento político”, faz “política de tubo de ensaio”, “encomenda umas contas que não comprometem niguém” e outros mimos, não é um “julgamento de caracter”, antes pelo contrário é um exercício de “liberdade de pensar” mas se  o alvo dessas apreciações reage, ai Jesus, que “estou a sentir-me condicionado e atacado na minha liberdade”.

É bom lembrar que a liberdade de imprensa existe para garantir a liberdade de expressão não apenas dos jornalistas mas também dos cidadãos, sejam políticos ou simples cidadãos. Fazer de virgem ofendida quando se dispõe de toda a liberdade para escrever e dizer o que se quer não se coaduna com vir  depois  protestar se alguém responde na mesma moeda. Lá diz o ditado “Quem vai à guerra dá e leva”.

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29 respostas a António Costa e as virgens ofendidas

  1. manuel azevedo diz:

    podiamos dizer que quando temos um pm ministro como passos coelho,qualquer outro candidato desde que não tenha mentido, aos portugueses,nem seja relapso quanto ao não pagamento de impostos qualquer um serve.não é o caso. antonio costa,tem curriculum politico que fala por si.quanto ao governo do dr pinto balsemão,tenho a dizer que foi um governo simplesmente miseravel em termos de competencia.o expresso que anda na praça para ganhar dinheiro,não podia fazer outra coisa na altura senão dizer mal para poder sobreviver.pinto balsemão foi tão mau como primeiro ministro,que até perdeu a coragem de se candidatar a qualquer cargo de relevo no pais. quanto ao irmão do a.costa,é um homem de direita que serve com todo fervor os interesses do homem que lhe paga.aos eruditos deste pais peço desculpa pela minha escrita,mas tenho a dizer-lhes que pago mais de impostos do que a maioria deles,a trabalhar por conta de outrem e honestamente.

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  4. Caro Luís Ribeiro, nao sou nervosa nem arrogante, embora tenha outros defeitos….respeito a sua opinião e espero que respeite a minha, afinal estamos a falar de liberdade de expressão…

  5. Luís Ribeiro diz:

    Estrela Serrano, a sua resposta demonstra nervosismo e arrogância desnecessária.
    Além de demonstrar que até uma ilustre Jornalista doutorada como V. Exa. recorre a um Português vernáculo e algo confuso.
    Como titulo sugerido, Estrela Serrano chumbaria em qualquer liceu de província.
    Os professores de Liceu não gostam de palha nas respostas, principalmente quando estas são forçadas e envergonhadas.
    Esperava muito mais de si…
    Ou talvez não.

  6. oPegando na sua sugestão, o título do seu comentário podia ser: “41 anos após o 25 de Abril liberdade de expressão, sim, mas não para políticos. Para esses é comer e calar”.

  7. Luís Ribeiro diz:

    Defender o indefensável.
    Seria o titulo escolhido por um aluno do secundário depois de lido e relido o texto de Estrela Serrano num teste sobre “Liberdade de expressão 41 anos após o 25 de Abril”.
    E a Democracia tem, de facto, esta beleza única de conseguir com que jornalistas ataquem jornalistas para defenderem vá-se lá saber o quê.
    João Vieira Pereira, no dia 25 de abril de 2015, conseguiu unir todo um País, órfão de lideres carismáticos à esquerda, com um simples texto, calmo, sem evocar prisões ou emoções, sem falar em Évora ou em atentados ao estado de Direito, sem falar em heranças ou bancarrotas.
    Apenas falou da falta de coragem.
    Bastou para António Costa, esse Querido Líder que todos anseiam, mostrar que afinal, coragem não lhe falta.
    E as Estrelas Serranos deste país, vá-se lá saber porquê, defendem o indefensável.

  8. Caro “Esse outro Nun0”. A minha discordância com o seu ponto de vista consiste no facto de eu achar que o artigo de JVP procura de um trago desqualificar o partido e o seu líder (no mínimo dados como uns oportunistas que encomendaram um estudo e depois logo se verá para quê), o estudo dos economistas e os autores desse estudo. Para alguém que pretende ser primeiro ministro e acaba de divulgar um trabalho que é o primeiro do género apresentado por um líder partidário como base programática de um futuro programa de governo, foi uma “machadada”, para mais, publicado por um responsável do jornal e num espaço dirigido a especialistas na matéria do próprio estudo que ele desqualifica. Costa sentiu profundamente como se viu pela reacção. O SMS atinge directaente o autor do artigo e não toda a classe”. Dizer isso é demagogia (desculpar-me-à). Concordo que é discutível que tenha sido por SMS mas não vejo nisso uma ameaça, isso hoje não é possível porque não são os jornalistas que têm “medo” dos políticos, é o contrário, como se viu pelos comentadores da direita que cavalgaram a “onda” de “solidariedade” com o jornalista. Um jornalista é pressionado todos os dias como um político também o é. É a lógica dos sistemas mediáticos e por isso não há mártires em nenhum dos lados, eles conhecem o jogo (e eu também porque o vivi de perto e o estudo).

  9. Esse outro Nuno diz:

    A Estrela acha simplesmente que ambos têm direito a sentir-se e mostrar-se ofendidos? Imagino que todos concordemos com isso. Não deve haver qualquer lei que limite a liberdade de qualquer um dos dois reagir como reagiu.

    Eu até posso defender o direito de Costa enviar o SMS, mas isso não muda o facto do SMS ter objectivamente baixado o nível (de falta de coragem e pensamento politico para desqualificados e incapazes que degradam toda uma classe).

    Mas se ‘não vou processa-lo porque é inútil, mas SMS a dizer que não gosto’ não é uma forma de tentar condicionar é no mínimo uma forma curiosa de dizer ‘obviamente tem todo o direito de escrever o seu artigo, eu só não concordo’.

    Porque obviamente só é inútil processar porque o jornalista tem todo o direito de fazer o que fez, ainda que isso seja um abuso da sua liberdade aos olhos de alguns. Conviria que um candidato a PM fosse capaz de reconhecer isso mesmo.

  10. Luis diz:

    “Não renunciarás à tua liberdade de expressão e de opinião”, mas não confundas “liberdade com libertinagem”, porque “o respeitinho é muito bonito”. Bravo!

  11. Maria Lopes diz:

    Concordo plenamente consigo, João Vieira Pereira. Li o seu artigo e é sem dúvida a resposta correcta a um SMS sem categoria alguma. Aliás, o que António Costa escreveu não é da estatura de um 1º Ministro, se é que ele chega lá! Vejo-o mais como um homem de marketing do que de estadista. Mas são opiniões, claro, ainda bem que vivemos em democracia.

  12. Pingback: O padrão Estrela Serrano de “regulação” da comunicação social | O Insurgente

  13. nuno diz:

    Agradeço que não se confunda esse outro nuno, comigo nuno também por aqui bastas vezes.

  14. EGR diz:

    A cada semana que passa tenho mias dificuldade em comprar-sublinho comprar- e ler o “Expresso”; começo e ficar cansado de contribuir com o meu dinheiro para pagarem ao senhores Vieira, Raposo, Martim e companhia.

  15. Silvino Cordeiro Rodrigues da Silva diz:

    O Sr. Pereira, de vez em quando vai às televisões, não é precisa falar muito ou quase nada, para ver a que partido politico pertence, ele devia efetuar antes de escrever ou comentar uma reflexão, não era preciso perder muito tempo: “eu de facto estou a praticar um jornalismo isento?”. Muitos dos jornalistas em Portugal, para mim, não têm qualquer crédito nos seus comentários, nos seus textos, nas suas intervenções porque é bem de ver, têm que servir quem lhes paga porque todos nós na vida temos barriga e família. Julgo que o Sr. Pereira não pertenceu ao verdadeiro jornalismo que se efetuava no Estado Novo, possivelmente ainda não era nascido, não viveu essa época, possivelmente falará daquilo que lhe contam! No Estado Novo havia os jornais e jornalistas fascistas o que agora se convencionou chamar jornalismo de direita. Pela oposição ao Estado Novo havia jornais de esquerda, democráticos e outros com tendência mais comunista. O Sr. Pereira já ouviu falar do jornal República, O Século, Diário de Notícias, Diário Popular, Diário de Lisboa, entre outros? Nessa altura é que eu comprava e lia jornais! Os jornais isentos e democráticos, guardavam segredos da vida privada das pessoas, não iam chapar logo na comunicação social, uma carta ou um telefonema havido entre eles, a não ser que a pessoa o permitisse! A lei sobre o jornalismo em Portugal deve ser alterada com princípios idênticos ao francês, penalizações judiciais sobre a devassa da vida privada e não comprovada das pessoas e qualquer jornalista nas suas intervenções politicas tudo o que fossem inverdades punidas severamente pela lei. Eu penso que neste momento a comunicação social vive numa completa anarquia, porque existem instituições, corporações e um partido politico que não se preocupam por que são servidos de bandeja. Com este jornalismo em Portugal, tendenciosamente de direita, já tenho observado aos meus camaradas, que o PS não irá ter vida fácil por uma razão, jornalistas isentos e democráticos é vê-los por um canudo.

  16. NMS diz:

    Como é possível, questiona um dos jornalistas mais idóneos da nossa praça. Eu acho perfeitamente possível quando somos escandalosamente parciais e enviesados na análise, transformando as golpadas mediáticas do nosso partido em ‘cabalas’ e as dos outros “da direita” em atentados à liberdade de expressão. Este blogue é um tratado de desinformação. O que seria totalmente insignificante, não fosse o peso que a sua autora tem em algumas mentes igualmente doutrinárias.

  17. Nuno,de facto temos concepções diferentes do que é a liberdade de expressão que não é, a meu ver, exclusiva dos jornalistas e dos comentadores. Costa considerou o texto de JVP ofensivo para o seu partido, para si próprio e para os economistas a quem encomendou o estudo. Ora, à liberdade do jornalista de escolher um texto de opinião, no jornal a cuja direcção pertence, para dizer o que disse, corresponde a liberdade do visado para escolher a forma de responder. Outros poderiam ter escolhido o direito de resposta,ou fazer uma declaração pública. Costa escolheu o SMS e o jornalista decidiu publicá-lo. Nada a opôr. O que eu critico é o facto de o jornalista se ter sentido ofendido, não sei se pelo conteúdo do SMS se pelo SMS em si, e não reconhecer a Costa o direito de se ter sentido também ele ofendido com o artigo do jornalista. (ao contrário do que você diz, não critiquei a publicação do SMS).

  18. MCTorres diz:

    Boa António Costa, é assim mesmo – estamos envolvidos, a todos os níveis – no governo, no PR e nos media – de gente crápula sem o mínimo de escrúpulos e respeito pela OPINIÃO dos outros, desde que não coincida com a sua ou a dos SEUS PATRÕES!

  19. Nuno diz:

    Admitamos que o jornalista fez um mau trabalho e foi injusto na sua coluna de opinião. Costa, a primeira virgem ofendida desta estória, conseguiu baixar o nível. Em vez de exercer civilizadamente o direito de resposta que lhe assistia, segundo a Estrela, decidiu ajustar contas em privado. O jornalista publicou.

    O que está errado nesta estória segundo a autora é o mau trabalho do jornalista, e a publicação do SMS privado.

    A Costa, nada a apontar. A ameaça velada dum processo inútil (porque resolvido a favor do jornalista) e os insultos em privado são aparentemente a reposta proporcional a um julgamento de carácter com o qual discordamos.

    Só que o jornalista ganharia o processo “inútil” porque a lei lhe dá razão. E a vontade de resolver e manter o assunto em privado demonstra perfeitamente o quão vergonhosa foi a atitude de Costa.

  20. Pingback: Estrela Serrano faz doutrina | BLASFÉMIAS

  21. Nuno Costa diz:

    Da mesmo modo que o tal “jornalista” emite uma opinião particularmente pejorativa sobre a direcção do PS e sobre os autores do estudo macro-económico desse partido, é evidente absolutamente natural e legítimo que António Costa lhe tenha remetido esse protesto, aliás perfeitamente adequado às circunstâncias. Mas agora estes srs jornalistas “modernaços” impactes da sua liberdade de dizerem tudo quanto lhes vem à cabeça para satisfazer as suas inclinações pessoais (e sectárias), não admitem que os seus alvos se sintam ofendidos e injustiçados. Para eles, é comer e calar. Ora aqui está uma boa imagem do que estes senhores pensam de um comportamento democrático.

  22. Caro José António Cerejo
    O comentário do JVP é tudo menos “banalíssimo” e o seu autor é um jornalista com responsabilidades no jornal, não é um simples comentador. O texto põe em causa a honorabilidade não apenas do estudo mas principalmente de quem o encomendou. Embora sem nomear o líder do PS é obviamente a ele que se referem as apreciações de “falta de coragem” e outras que são dequalificadoras de qualquer pessoa e ainda mais de um líder político. Compreendo que tenha razões de queixa de ACosta mas não se devem misturar casos e situações. Deixo claro que não está em causa o direito do jornalista exprimir o que pensa sobre o estudo dos economistas e sobre o líder do PS mas não pode depois mostrar-se ofendido se este lhe responde precisamente por se ter sentido também ofendido. Aliás, ACosta nem usou um direito que lhe assistiria – direito de resposta- preferindo usar um SMS privado que o jornalista decidiu publicar.
    Sei que qualquer análise crítica a um jornalista é sempre vista como “cegueira” (como você escreve) no seu comentário. Mas não é por isso que deixarei de continuar a exprimir a minha opinião e por estranho que lhe possa parecer faço-o em defesa da credibilidade do jornalismo e que não confundo com muito do que se escreve sob o título de “jornalismo”.

  23. J. Madeira diz:

    Boa e correcta apreciação feita no seu “post”, não são só os jornalistas a
    fazerem-se de virgens ofendidas aliás, no “Expresso” é algo muito visto,
    já o anterior diretor fez uma figura triste numa Comissão de Inquérito ao
    admititr ter sido “torturado” pelo telefone por José Sócrates e, mais tarde
    pôs-se a jeito para levar mais uns “carolos” pela crítica sob pseudónimo
    do livro publicado por este!
    Como está em moda o uso dos ditados populares, basta acrescentar que;
    “quem cala e consente não é filho de boa gente”! Para mais, são questões
    que nada têm a ver com direita ou esquerda antes com comportamentos e
    acções praticadas pelos visados!!!

  24. cristof9 diz:

    Mostra bem o que o clan entende por liberdade de imprensa.Se não gostar já sabes que levas com o que tiver aqui a mão!

  25. José António Cerejo diz:

    Como é que é possível, Estrela Serrano? Parece-lhe decente comparar um banalíssimo comentário sobre um conjunto de propostas económicas escrito por um jornalista à agressividade, má educação e boçalidade socrática de um candidato a primeiro-ministro que quer os votos da esquerda, e se arroga herdeiro dos ideais do 25A, e que por acaso é irmão do director do jornalista que se limitou a exprimir a sua opinião?
    Se este não fosse o paÍs que é, esta elucidativa confirmaçao do perfil autoritário e antidemocrático de A. Costa – que andou três anos nos tribunais, incluindo com dois recursos para o Tribunal Constitucional, a tentar, em vão, não cumprir a lei que o obrigava a facultar-me, não por ser jornalista, mas por ser cidadão, vários documentos públicos da Câmara de Lisboa – seria o bastante para acabar com a carreira política do artista.
    Infelizmente, em Porugal, e com a cegueira que afecta tanta gente como Estra Serrano, tudo é possível.

  26. Nuno diz:

    Julgamentos dr carácter podem ter sido vários, de ambas as partes.

    Insultos só houve um: “desqualificados” que “degradam” toda uma classe profissional.

    E ameaças veladas de processos limitativos da liberdade de expressão e opinião que o blogue apregoa também.

    Há mesmo quem não se enxergue.

  27. Pedro Carlos diz:

    Gosto especialmente da análise que faz do facto de o líder do PS não usar o direito de resposta que a Lei prevê, mas antes uma mensagem privada, por SMS que inclui: “como não vale a pena processá-lo” indicando que o competente jurista – que já foi Ministro da Justiça – considerou o exercício da liberdade de opinião de um jornalista passível de ser confundida com um crime. Pobre…

  28. Pingback: Controlo de danos a partir isto tudo | BLASFÉMIAS

  29. Tivesse sido Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva ou Paulo Portas. que andam a ser insultados há anos, a enviar tal sms a um jornalista e cairia o Carmo e a Trindade; mas, como foi o bondoso dr. Costa, putativo líder da Oposição, não há qualquer novidade. Ai o doublethink, o doublethink! Vestais, por aqui, só são permitidas as “de esquerda”, coitadas…

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