Anda por aí uma ideia muito popular no governo e nos comentadores de direita que procura extrair consequências eleitorais negativas para António Costa e para o PS de um eventual Grexit (saída da Grécia do euro e/ou da UE). Dizem eles que Costa e muitos socialistas se regozijaram com a vitória do Syriza e, por isso, serão penalizados se as negociações para o desloqueamento da ajuda financeira à Grécia falharem. Sem argumentos substantivos contra Costa e o PS, tudo serve à diretta para os atacar até a simpatia de muitos socialistas pelo Syriza.
Ora, o regozijo com a vitória do Syriza não foi mais do que a expressão de um sentimento partilhado com milhares de portugueses e de europeus solidários com o povo grego que em eleições livres escolheu um partido que lhe prometeu alterar as políticas que levaram a Grécia à situação em que se encontra, recusando ao mesmo tempo as receitas ditadas pela troika que conduziram Portugal, a uma dolorosa austeridade que aumentou a pobreza e o desemprego sem resolver, antes agravar, o problema da dívida. Os portuguess não estão esquecidos e não são as mentiras do primeiro-ministro, a que ele agora chama “mito urbano” sem saber bem o significado do conceito, a iludirem o fracasso da receita.
Ao contrário do que dizem o governo e os comentadores da direita, António Costa nunca mostrou qualquer alinhamento político do PS com o Syrisa, o que não o impediu nem pode impedir de mostrar simpatia e solidariedade com o governo grego.
Veremos se os burocratas europeus têm coragem e legitimidade para empurrarem a Grécia para fora da União Europeia e do euro. Embora a União seja cada vez mais uma desunião do que uma União, ainda não se vê o caminho da mudança.
Veremos também o que dirão os fanáticos das “regras”, entre os quais o governo português, se for encontrada uma solução que permita à Grécia seguir o seu caminho na UE e no euro, sem ser obrigada a esmagar ainda mais o seu povo.
hy,se o povo elege os pulhas que conhecemos, por muito menos elege burocratas!
estas negociaçoes tem trazido milhoes aos seus intervenientes.eles a jogar na bolsa e a provocar o sobe e desce,têm levado a este prolongar das negociaçoes.a direita não tem pudor!
É verdade mas é discutível que quem os elegeu, em cada país, lhes tenha dado mandato para expulsarem a Grécia (ou qualquer outro país, incluindo Portugal)
Só uma nota: se alguém empurrar a Grécia para fora do euro, não serão burocratas. Serão mesmo governantes eleitos, políticos. É bom perceber a diferença…em todos os sentidos.