Os especialistas em comunicação política são unânimes na afirmação de que os políticos portugueses, embora frequentem as redes sociais, não sabem ou não querem explorar as suas potencialidades para comunicarem com os cidadãos, nomeadamente em períodos eleitorais. O exemplo da campanha eleitoral de Barak Obama, em 2008, é geralmente apontado como um modelo e Obama como o primeiro político em todo o mundo a colocar a internet no seio da sua campanha para a Casa Branca. O sucesso foi total, como se viu.
É certo que Obama possuía alguns trunfos, para além de uma equipa muito competente politica e tecnicamente. Obama era naturalmente culto, politicamente experiente, simpático e descontraído e tinha uma “rectaguarda familiar” que constituía uma enorme mais-valia. Michelle Obama e as duas filhas de ambos foram elementos essenciais da campanha.
Na altura eu leccionava uma cadeira de Comunicação Institucional no Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação, no ISCTE, e preparei para discussão com os mestrandos estes tópicos sobre OBAMA: estratégia de comunicação eleitoral em 2008.
Disponibilizo-os aqui sem actualização, pelo que os links nele contidos foram naturalmente desactivados. Mesmo assim pode ser que sejam úteis para a campanha de algum candidato ou partido nesta nossa campanha. Se num país como os EUA, onde as campanhas eleitorais recorrem frequentemente a processos muito pouco recomendáveis, Obama foi capaz de inovar, como o fez, talvez por cá os partidos, e mais tarde os candidatos presidenciais, queiram explorar as potencialidades das redes sociais sem ser através de campanhas sujas ou perfis falsos. Obama e a sua equipa fizeram campanha “limpa”.
Howard Dean nas primárias de 2004 foi sim o primeiro político a fazê-lo. Obama apenas aplicou e ampliou as suas técnicas. http://www.politico.com/story/2012/09/the-father-of-all-web-campaigns-081834
Obrigada, Heitor, concordo com o que diz sobre liderança.
Parabéns! Subscrevo tudo o que diz e acrescentaria algo mais, pois são os conhecimentos atuais na area neurocientífica, que nos é trazido pelo neuromarketing e pela neuroestratégia que, já na altura da primeira candidatura do Obama, foram tão bem utilizados.
O problema da nossa classe política e empresarial, é que acreditam que possuem todos os conhecimentos e esquecem-se que a formação contínua ao longo da vida que tanto apregoam, deve ser uma prática vivencial e não meramente um cliché. É isso que caracteriza a verdadeira liderança, que na sua essência é algo que vem de dentro para fora, pois só assim, a exemplo da educação das crianças, podemos ter a certeza de estarmos a consolidar a nossa capacidade de influência social.