A poucos dias do fim da campanha eleitoral é possível concluir que não foi uma campanha inovadora nem quanto às iniciativas das candidaturas nem quanto à cobertura jornalística.
Centrada em almoços, jantares, arruadas, visitas e comícios, de norte a sul do País, a campanha não fugiu aos formatos tradicionais, que vêm de há anos. Os jornalistas acompanharam as caravanas e foram dando nota para televisões, rádios e jornais do que os candidatos diziam, do sucesso ou insucesso das arruadas aferido pela maior ou menor capacidade para encher a rua, a praça ou o pavilhão, pelo número de militantes nos almoços e nos jantares e pelo maior número de frases “assassinas”.
A televisão continua a ser o palco por excelência onde as campanhas se dão a ver e é em função dela que os organizadores e os especialistas em marketing político orientam as estratégias dos líderes. As redes sociais limitam-se essencialmente a funcionar como câmaras de eco dos media tradicionais. Na imprensa, nota-se uma maior atenção à substância das propostas das candidaturas e a cobertura é mais esclarecedora.
Porém, de um modo geral, a campanha é apresentada essencialmente como uma disputa dos candidatos por um bom lugar na corrida eleitoral. Os ataques pessoais e políticos aos adversários constituem o essencial dos discursos.
Imersos nas actividades de campanha dos candidatos, viajando e convivendo com eles,
os jornalistas reproduzem as estratégias definidas pelos organizadores das campanhas. Os jornalistas reportam o jogo eleitoral porque vivem o jogo eleitoral.
O tipo de campanha a que estamos a assistir e a cobertura que dela é feita explicam em parte que nas sondagens o número de indecisos tenha aumentado nestas últimas semanas, em que as televisões fornecem overdoses de sondagens, apresentadas como “corridas de cavalos”, e sound bites sem conteúdo.
Enquanto as campanhas forem estruturadas a pensar na televisão, elas continuarão a ser o que são, já que o jornalismo televisivo é pensado para provocar sentimentos e empatia por parte dos telespectadores. Quem dominar as estratégias e as técnicas da comunicação televisiva tem meio caminho andado para ganhar uma eleição.
Nesta campanha, como reconhecem destacados analistas de direita, a coligação PSD-CDS percebeu que podia prescindir da apresentar um programa ou sequer uma ideia para o futuro, que podia mesmo esconder os últimos 4 anos da sua governação se fosse capaz de desviar a atenção do julgamento das políticas de sacrifício a que sujeitou o país, para as propostas eleitorais do PS, fazendo delas o alvo das suas críticas como se fosse o PS que tivesse governado nos últimos 4 anos e não a coligação PSD-CDS.
A crer nas sondagens pode dizer-se que a coligação PSD-CDS tem conseguido, por omissão, mais uma vez, enganar os portugueses, que partem para estas eleições desconhecendo completamente as suas propostas para os próximos 4 anos, caso viesse a vencer estas eleições.
Com efeito, foi uma campanha muito pobre em termos de esclarecimento
dos eleitores! O PSD/CDS-PP não se deu ao trabalho de apresentar um
programa quantificado para alem de, vagas medidas com a promessa de
olhar para os mais desprotegidos, quando se sabe que informou Bruxelas
de um corte de 600 milhões de euros nas pensões a pagamento!
O PS fez os TPC e, todos lhe morderam as canelas com maiores respon-
sabilidades por parte dos meios de comunicação social, mais interessados
nos “fait divers” e nas “goeladas” de alguns baronetes ou comentadeiros!!!
Pedindo desculpa pela intromissão acho que deve ver isto, a manobra vai dar resultado:
http://corporacoes.blogspot.pt/2015/10/esconder-as-setinhas-para-escapar-ao.html