A democracia não é um caminho fácil. Faz-se caminhando. Portugal deu hoje um passo no sentido do aperfeiçoamento da democracia. António Costa foi o protagonista principal desse passo ao abrir um caminho que parecia fechado, chamando ao diálogo o parceiro mais difícil, aquele que resistiu durante 40 anos a abandonar a posição em que se tinha enquistado, para muitos, definitivamente.
Refiro-me ao PCP e a Jerónimo de Sousa que com António Costa e o PS fizeram história.
Não sei, nem creio que os próprios saibam, o que resultará e se alguma coisa resultará do diálogo hoje iniciado. Mas sei que o caminho aberto representa uma viragem que a história da nossa democracia registará. Muita coisa separa o PS do PCP, muitas reservas haverá de parte a parte porque o passado por vezes aflora e interpõe-se, complicando o presente. Mas em política não há amores nem desamores, não pode haver ressentimentos nem paixões. Em política o que conta é o interesse do País.
A democracia é o governo do povo. É o regime dos consensos, da tolerância, da cooperação e do compromisso. Os consensos requerem compromissos, nem sempre realizáveis, é certo. Cabe aos representantes do povo ultrapassarem os obstáculos e encontrarem as soluções que melhor o servirão.
O PS e o PCP mostraram hoje ao Presidente que ele errou ao passar por cima da escolha dos cidadãos que não o mandataram para excluir do diálogo e da procura de consensos a parte dos portugueses que votou no PCP e no Bloco de Esquerda.
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Na mouche cristof9! Quem nao tem nada a perder – ja perdeu votos, um deputado e foi ultrapassado pelo BE – pode até prometer o euromilõoes. Faz parte da estrategia ilusionista de se por em bicos de pés, e tentar algum protagonismo para que os seus parcos eleitores continuem a achar que ganharam alguma coisa nestas eleições. Perderam e vão continuar a perder, enquanto o BE se afIrma como o único partido de esquerda credível, genuíno e coerente em Portugal, quimeras à parte. Bom dia!
Teoricamente concordo. Mas olhando para as promessas feitas nos programas e afirmações dos dirigentes, presumo que vamos pagar como os gregos, aventuras de alivio da austeridade com forças que só se aguentam , porque nunca precisaram de por as quimeras em prática.
Muito bem!