Passos Coelho já nos tinha habituado a discursos desconexos e contraditórios. Hoje exagerou e mostrou mesmo algum desnorte. Depois de uns dias em que parecia não saber bem onde estava nem o que aconteceu em 4 de Outubro, engrossou a voz e alongou-se nas respostas aos jornalistas que o queriam ouvir sobre as negociações com o PS.
Vejam-se declarações de Passos Coelho proferidas hoje:
“Já tive duas reuniões com o PS e não tenciono ter mais nenhuma para fazer de conta ou simular que se está a alcançar algum resultado.
Passos não disse, por exemplo, que após a primeira reunião com a coligação o PS lhe enviou 50 perguntas sobre o cenário macroeconómico actualizado do Governo e o ponto de situação da execução orçamental. que, soube-se hoje, não tiveram resposta ou tiveram meia-resposta.
Continuou Passos:
“Talvez seja altura de “pôr um ponto final naquilo a que o país tem vindo, atónito, a conhecer em praticamente uma semana”
E, logo a seguir, declarou o contrário:
“Estou “sempre disponível, aberto, para poder atingir qualquer compromisso”. “Nós dissemos com muita clareza: não tivemos a maioria absoluta no Parlamento e, portanto, não podemos governar só com o nosso programa.”
Mas, arrependido, voltou novamente atrás:
“Não vamos governar com o programa do PS”
Recapitulemos, então: na primeira reunião com o PS a coligação apareceu de mãos vazias sem nada para discutir, dizendo que o PS devia escolher as propostas do seu próprio programa que queria ver acolhidas. Costa não concordou e pediu a Passos que apresentasse propostas concretas dado ter ganho as eleições.
Passos enviou-lhe uns dias depois um documento a que chamou “facilitador” que Costa considerou “insuficiente” e “com lacunas graves“. Face a essa reacção de Costa, Paulo Portas, falando pela coligação, pediu que o PS dissesse o que é que o PS considera “suficiente”. Costa prometeu uma contra-proposta por escrito. Foi então que antes de Costa ter tempo de enviar a contra-proposta, Passos deu as negociações por findas.
Pensámos então que a conversa tinha acabado. Mas eis que, talvez constatando as contradições, a coligação mandou Marco António Costa e Nuno Melo dizerem que afinal está disponível para prosseguir negociações.
Aguardam-se os próximos capítulos.
Ele julgava que António Costa caia naquilo que considerei asneira quando das legislativas, dar-lhes a conhecer as suas intenções. Foi baseado nessas informações que os PaF`s fizeram a campanha…..É gente em quem não se pode confiar. Sem lhes dar assuntos a que eles se possam agarrar, vejam a figura que fazem. Andam aos papéis, tentando com provocações que o PS lhes responda e assim lhes dê material para poderem contestar. O problema que têm é não terem ideias próprias. Tenho esperança que em breve desapareçam de cena.
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