A troca de cartas e de comunicados entre a coligação e o PS acentuou-se após a entrevista de António Costa à TVI onde este afirmou que a coligação escondeu dos portugueses algo de grande gravidade económica de que o PS teve conhecimento nas reuniões que manteve com Passos Coelho e Paulo Portas. Disse Costa:
“Em cada encontro que tivemos foram deixando cair uma surpresa desagradável que se vai tornar pública um dia”
Em reacção, Marco António Costa acusou António Costa de lançar “insinuações graves” sobre as contas públicas e também Maria Luís Albuquerque respondeu em comunicado, rejeitando “as insinuações proferidas pelo secretário-geral do PS” sobre as contas do País.
Até aqui tudo normal. Costa atacou, o PSD respondeu a duas vozes. Mas é um pouco estranho que o PSD tenha sentido necessidade de actualizar o comunicado de Maria Luís para especificar que esta não transmitiu ao PS informações “passíveis de gerar alarme público” sobre a TAP ou o Banif.
Veio depois o PS classificar de “manobra de diversão” o comunicado de Maria Luís e o aditamento do PSD, afirmando que António Costa “não se referia a reuniões onde Maria Luís Albuquerque não esteve presente” (Maria Luís não faz parte da delegação da coligação que negoceia com o PS).
É curioso que o próprio PSD tenha vindo dizer em novo comunicado, sem ninguém lhe ter pedido, que António Costa se referia à TAP e ao Banif sem desmentir totalmente que existam problemas, apenas afirmando que eles não são “passíveis de gerar alarme público”. Temos, pois, que embora continuemos sem saber a que se referia António Costa, sabemos que pelo menos na TAP e no Banif há problemas. É um pouco “gato escondido com o rabo de fora”.
Mário Centeno, um dos elementos que acompanha António Costa nas negociações, levanta um pouco a ponta do véu no Diário de Notícias. Centeno considera “estranho” que no seu comunicado o PSD se foque numa reunião que ele próprio teve com Maria Luís Albuquerque” e não nas reuniões formais entre as duas delegações. Destas reuniões, acrescentou Centeno, “o mais importante não foi o que foi dito, foi o que não foi dito”.
As declarações de António Costa à TVI são indiscutivelmente graves e os dois comunicados da coligação denotam algum nervosismo. Seria, pois, útil que fossem esclarecidas. Certamente os jornalistas que acompanham os temas de economia e finanças conhecem a verdadeira situação das finanças públicas, pelo que prestariam um bom serviço ao País se ajudassem os portugueses a perceber a situação. Para não acontecer o mesmo que aconteceu com o BES. Todos sabiam mas ninguém disse.
Sobre o caso do BANIF, reforçando o ditado que recordou – “Gato escondido com o rabo de fora” lembro um outro que julgo adaptar-se bem à situação; “Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo” (nesta circunstância, pelo menos…., três coxos) Carlos P.Álvares
Daí a urgência em ser governo, antes que a bomba estoure e para continuarem a controlar as narrativas …
Li algures que o Novo Banco necessitaria de mais de 2.000 milhões de euros e que os bancos exigiriam aval do governo para financiarem a TAP.
A ser verdade, quanto custarão aos contribuintes a privatização da TAP e a venda do Novo Banco?
E que novos buracos vão aparecer no défice?
A resolução do défice faz-se por crescimento, já que por empobrecimento deu os resultados que estão à vista!
Claro que deu para entender que, as surpresas desagradáveis não se
referiam às contas públicas mas, a outros casos que poderão no futuro
terão influência nas referidas contas!
São mestres no torcer os assuntos e, nas fugas para a frente, sem o
mínimo rebuço em mentir com todos os dentes aos portugueses !!!