Passos Coelho foi igual a si próprio no Pontal. Alguns reconhecem-lhe a coerência do discurso catastrofista que ele mantém desde que foi apeado do governo. Outros apontam-lhe as contradições que também não são novidade desde os tempos em que como primeiro-ministro proferia discursos improvisados e mal-amanhados.
A princípio, quando chegou ao governo notava-se-lhe a boa dicção e o jeito para colocar a voz. Com o tempo, foi-se percebendo a pouca consistência dos seu pensamento, a falta de cultura e de uma visão para o País que não fosse a cartilha da austeridade imposta pela troika. Nunca se atreveu a questionar as imposições de Bruxelas nem se lhe ouviu um discurso de fundo sobre a Europa, muito menos sobre os grandes problemas internacionais, como os refugiados ou o terrorismo. Só a pequena economia o parece interessar, porém sempre em visão paroquial e de curto prazo.
Dizem os comentadores que no PSD há quem esteja preocupado com o discurso recorrentemente pessimista e demasiado preso ao passado de Passos, vendo aí uma razão para a descida do PSD nas sondagens. Mas a hora não é para mudança de líder. Vêm aí as autárquicas e Passos resiste, à espera que até lá as desgraças que anuncia se concretizem.
Há quem sugira que o PSD precisa de um novo Marco António que diga a Passos que ou muda de discurso ou o PSD o muda a ele. Em 2011, Passos obedeceu a Marco António e foi “ao pote”. Em 2016, Passos não pode “ir ao pote” mas pode ir à vida.
Olha o mentiroso a dar-se mal mais uma vez,pode ser que desta vá trabalhar.