Não há fontes como as do professor Marcelo

Aqui há uns meses escrevi  aqui que não há fontes como as do professor Marcelo. Estávamos então no advento da formação do actual governo e o PS não tinha ainda eleito o seu novo líder mas o professor já dava notícias em primeira mão sobre o futuro governo.

“Não estamos em época de ter dois professores em sala de aula”, estimou Nuno CratoHoje, ao ouvir o professor no seu comentário dominical na TVI dizer que telefonou ao ministro Nuno Crato para saber o que se passa com a supressão da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no 9.º ano, anunciada pelo ministro na entrevista que recentemente deu ao Público, e que este lhe explicou que é apenas uma ideia (cito de cor), confirmei o que escrevi no post anterior: “os jornalistas que se cuidem” porque hoje em dia os ministros e outras fontes bem colocadas preferem explicar-se perante comentadores como Marcelo e Marques Mendes do que perante jornalistas. 

Já era uma originalidade portuguesa ter ex-líderes de partidos como comentadores residentes em televisões, que escolhem os temas sobre que querem falar em espaços que lhes são pessoalmente atribuídos.

Mas a originalidade é ainda maior quando esses comentadores não se limitam a comentar:  dão notícias em primeira mão, citando fontes que são também seus ex-colegas de partido e em alguns casos de governo.

Não há mal nisso, é claro, pelo contrário, sempre se vão sabendo umas coisas para além daquelas que os jornalistas  vão relatando. Noutras “bandas” chamar-se-ia a isto promiscuidade. Por cá é uma espécie de comentário, aqui e ali travestido de “jornalismo”.

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2 respostas a Não há fontes como as do professor Marcelo

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  2. Scorpius diz:

    A tudo isto poder-se-à chamar governação no estilo “tiro ao alvo”!
    E como o professor está bem municiado e é um óptimo atirador, raramente falha o alvo.

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