Augusto Santos Silva regressou à TVI24 num formato entre a entrevista e o comentário, com Paulo Magalhães como moderador, intitulado “Os porquês da Política“, rubrica integrada num espaço a que a TVI chama “Política mesmo”.
Augusto Santos Silva é um político e um académico de inteligência rara, profundo na análise, provocador e acutilante na discussão com adversários, como se viu na mesma TVI24 quando contracenava com Morais Sarmento, então ainda ministro do governo de José Sócrates.
No seu regresso à TVI Santos Silva mostrou, uma vez mais, a diferença entre falar de política de forma estratégica para obter efeitos e influenciar decisões de curto prazo, como fazem outros políticos-comentadores, e pensar a política num plano estrutural e não apenas conjuntural, com enquadramento histórico e numa base comparativa.
Foi assim esta noite na análise que fez à entrevista do ministro da Economia a Judite de Sousa, que antes merecera comentários de outros no mesmo canal. Foi assim com o acordo de Concertação Social, cuja análise o levou ao perfil de alguns dos seus protagonistas, chamando a atenção para a importância e as diferenças nas sucessivas lideranças da CIP. Foi também assim com as agências de rating, apontando o que devemos fazer com elas e com os seus veredictos.
Muitos falam de Santos Silva como aquele que um dia disse que gostava era de “malhar na direita”. Hoje, na TVI 24, Santos Silva “malhou” sem precisar de dizer que gosta de “malhar”. Bastou-lhe explicar “os Porquês da Política”.
Fazem falta políticos assim.
Subscrevo.