Todos sabemos que o poder do primeiro-ministro está dependente das decisões de Bruxelas. Todos, é como quem diz. O próprio primeiro-ministro não sabia, ou fingia que não sabia, antes de ir para o governo. Pelo menos ele e o seu partido, e até o Presidente da República, pareciam ignorar essa realidade: a crise era portuguesa e só portuguesa…
A pequenez mental de quem hoje nos governa ficou tristemente à vista nesta cimeira europeia. Mário Monti, o primeiro-ministro italiano, o tecnocrata não eleito, seguido por Rajoy, mostrou a diferença entre ser um líder com capacidade de defender o seu país e impôr-se perante os seus pares europeus e ser apenas um “pequeno” chefe de governo, obediente e dócil perante o mais forte.
Pode ser que as decisões tomadas hoje em Bruxelas, a pensar na Itália e em Espanha, sejam apenas um “penso rápido”. Mas deu para ver que o discurso de aluno bem comportado, de Passos e Gaspar, serviu de pouco e que foi a “rebeldia” de Monti e Rajoy, e sobretudo a eleição de Hollande, a impôrem-se à senhora Merkel.
Já nem a direita europeia acredita nos remédios de Merkel e da troika. Só Passos e Gaspar mantêm o discurso autista do “nem mais tempo nem mais dinheiro”.
Faz pena ouvir Passos admitir agora, a custo, que a “porta aberta” na cimeira de Bruxelas à recapitalização directa dos bancos, a pensar em Espanha, será aplicada a casos idênticos, e que Portugal estará atento”.
Pois…um líder tem que ver mais longe. É isso que o distingue de um pequeno chefe.
Monti, o líder “rebelde”, o tecnocrata não eleito, “venceu” Passos, o político eleito e obediente.
Muito obrigada, Zeca!
Parabéns Estrela Serrano, pelo galardão atribuído à sua cidade de Elvas a Património Mundial.
Acontece que Passos Coelho não é bem chefe do governo. Parece mais um chefe de turma. Na aula quem manda é o professor.
Neste caso, é a patroa.
A maturidade é também um privilégio e não deve ficar refém da inexperiência dos imaturos.