Magistrados “patrocinados” não parece normal…

Não acho  normal (e não sou só euos magistrados do Ministério Público serem patrocinados por empresas e terem “media partners” para realizarem o seu congresso em Vilamoura, no Algarve, incluindo um aliciante “programa social para acompanhantes”. A lista, que reproduzo em baixo, está na página do Congresso no site do Sindicato.

Seria interessante saber em que consistiram o “alto patrocínio” das instituições e a “parceria” dos média. Em eventos do género realizados por instituições privadas as parcerias envolvem verbas e contrapartidas, como materiais  de promoção, ofertas e outros. Neste caso, o mais que sabemos  (não por iniciativa dos organizadores) é que o Sindicato dos Magistrados do MP pagou viagens a “media partners” (leia-se a jornalistas).

Temos, assim, Magistrados do Ministério Público a serem patrocinados por bancos, jornais e televisões. Dado o elevado número de convidados o Congresso deve ter ficado caro.  Espera-se que o Sindicato não venha um dia dizer que foi pressionado por algum dos patrocinadores …

Desculpem os senhores magistrados mas não me parece normal. A  questão da independência também se mede nestes “pequenos” pormenores. 

Esta entrada foi publicada em Justiça, Sociedade. ligação permanente.

11 respostas a Magistrados “patrocinados” não parece normal…

  1. Pingback: As picardias do procurador distrital | VAI E VEM

  2. Pingback: Os estranhos Media Partners dos Magistrados « Contraprovas

  3. Vicente Silva diz:

    Tudo isto é tão normal como a CIP patrocinar um congresso da CGTP.

  4. Sousa Mendes diz:

    Pois, mas não foi o MP que deduziu acusação contra empresas farmacêuticas envolvidas em patrocínios de Congressos Médicos com programas para acompanhantes?
    Se nos médicos se detectaram “promiscuidades”, pelo menos duvidosas no MP , elas não existem? E porquê? – Será porque os MPs foram santificados no CEJ?
    Desculpem mas não sou crente e, além disso, conheço e andei na escola com muitos MPs.

  5. aires diz:

    Mui bem…. é um conceito de independencia sui generis, a desses senhores…
    a culpa não é deles, é nossa, por termos permitido que se constituam em grupo de pressão politica, a partir de um “sindicato”…
    enfim…

  6. S. Bagonha diz:

    E já agora, que perguntar não ofende, o próximo congressozinho vai ser na Madeira ou lá para as Caraíbas?

  7. João Paulo Dias, as conclusões sobre “troca de favores” são suas. A verdade é que o Sindicato dos MMP (não generalizo aos magistrados do MP) queixa-se de pressões do poder político, ataca a hierarquia, diz que o MP não tem meios para a investigação, mas há magistrados que possuem relações promíscuas com a imprensa (sei do que falo) e depois vão pedir patrocínios a instituições perante as quais deviam ser completamente independentes. Li o Regulamento do Congresso e sei que dão 20% das receitas (receitas?) a uma Fundação mas, sinceramente, isso é “missão” do MP? Ser benemérito? Mais valia fazerem o Congresso no salão Nobre do MP e não precisarem de patrocínios! Esta é a minha opinião mas respeito a sua, claro!

  8. João Paulo Dias diz:

    Populismo do piorio…

    Se houvesse alguma prova de que isso era uma troca de favores, concordaria na crítica. O que é mais estranho, é que estas entidades têm apoiado todos os congressos de juízes e MP’s porque são dos melhores clientes que podem ter, com acordos comerciais para os associados para auferirem de condições mais benéficas. Comum e sem problemas éticos.

    Só agora é que se descobriu que a maioria dos eventos deste países tem patrocínios do sistema financeiro e outros que têm processos em tribunais?

    O problema é que algumas destas “acusações” vêm, aparentemente, a mando a quem interessa eventualmente paralizar a ação do MP que, finalmente, tem avançado nas investigações, mesmo que com poucos resultados, a muitas entidades eonómicas pouco habituadas a estar em tribunal por essa razão.

    Já pensaram nisso?

    Quanto aos media partners, para se conseguir passar a mensagem convidam-se jornalistas. Pelo que li em vários jornais, muitas vezes o que escreveram tiveram tom de críticas, pelo que não me pareceu uma lavagem de imagem. Mas passou a imagem de uma discussão que sem a presença de jornalistas não teria sidpo possível chamar a atenção para a justiça.

    Já agora, foi apoiada a Fundação Aleixo com quase 10 mil euros e foram adquiridos produtos ao estabelecimento prisional, para ofertas a convidados, financiados também pelas quotas e inscrições de associados.

    Cair em tentações induzidas deve ser alvo de reflexão

    João Paulo Dias – não sou magistrado do MP, mas estudo a magistratura do Ministério Público (e tb os crítico por muito que não fazem…)

  9. António Antunes Ramalho diz:

    Isto não é parecer ou deixar de parecer normal. Isto é a mais descarada pouca vergonha que se possa imaginar.E, cinismo mais acabado, vem o magistrado Palma dizer que este tipo de patrocíbios tem um aspecto positivo, pois 20% do seu valor vai para a Fundação António Aleixo. Se a moda pega, os assaltantes e bandoleiros passam a oferecer 20% do produtos dos seus roubos a Institruições de caridade, passando, também estes, a ter um desempenho socialmente positivo. Mais acrescentou o dito magistrado, que tais patrocínios não condicionavam a sua acção. Se o sindicato do calçado, dos texteis ou qq outro instar as mesmos patrocinadores a colaborar em eventois idênticos, será que as referidas instituições vão colaborar na mesma medida? Não creio, ainda que me pintem de mil corres. O sindicalismo das magistraturas é o pior atentaqdo à democracia portuguesa.

  10. S. Bagonha diz:

    Ora, ora, Dra. Estrela Serrano, o cidadão Palma tem de se fazer à vida, que o cargo de PGR está ali (qualquer dia) à mão de semear. Eu só me espanto é como a maioria dos profissionais do MP não tem vergonha de alinhar com este farsola e com as suas ambições pessoais.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.