Não sei se a culpa é da Comissão Nacional de Eleições (CNE), se é dos directores dos canais de televisão ou se é dos partidos políticos ou dos candidatos à eleição. Mas lá que a campanha se tornou uma coisa caricata, tornou.
Por um lado, as televisões generalistas fazem tudo o que faziam em anteriores eleições menos debates entre candidatos. Mas há debates entre candidatos noutros espaços públicos de que as televisões dão notícia. O que só prova que não há debates nas televisões generalistas porque estas assumem que se os fizessem teriam de os fazer com todos os candidatos e que isso lhes traria prejuízo comercial. Apesar de a CNE ter flexibilizado o critério da “igualdade” entre candidatos as televisões não arriscaram. Preferem as arruadas e os comícios. E para os eleitores tanto faz porque os debates seriam a continuação das arruadas mas com os candidatos sentados.
Assim sendo, vamos ouvindo os candidatos mimosearem-se uns aos outros e aos respectivos partidos. Europa? qual Europa?
Temos também os comentadores, os 2/3 de comentadores do PSD, como diz Marcelo. Esses vão de manhã à campanha da Aliança Portugal apelar ao voto e à noite comentam nas televisões os comícios onde estiveram.
Depois há o discurso da Aliança Portugal, centrado no ano de 2011. Quando o cabeça de lista, Paulo Rangel, vem dizer que não quer voltar a 2011, está a dizer que tudo o que os portugueses tinham então e perderam nestes três anos, em empregos, salários, pensões, apoios sociais, não são para recuperar. A Aliança não quer “despesas” com funcionários públicos, com velhos, doentes e desempregados. Não quer “despesismo” com coisas e gente supérfluas.
Desiludam-se os que acreditaram que Passos, Portas e Maria Luís restituirão salários e pensões. Com a Aliança Portugal é sempre a subtrair. Nem mais um cêntimo de investimento público, nem mais uma escola, um hospital, uma estrada….Com a Aliança Portugal é só cortar e aguentem, aguentem…como dizia o banqueiro.
Uma campanha assim precisa lá de debates! Basta-nos ouvir os candidatos da “Aliança (contra) Portugal” para sabermos em quem (não) votar.