Os milionários portugueses do HSBC

banco HSBCNomes de portugueses desconhecidos passam nos écrans das nossas televisões como clientes milionários de um banco na Suiça, o banco HSBC, que, segundo as notícias, ajudava os seus clientes a fugirem ao fisco. São  cidadãos portugueses comuns de que ninguém tinha ouvido falar até agora. Américo Amorim é, por enquanto, o único português  conhecido entre os nomeados e negou ter conta no citado banco, apesar de o jornalista angolano, Rafael Marques (que divulgou os nomes dos portugueses) afirmar  que a lista contém o númeo de contribuinte de Amorim (vá lá que não o leu na televisão).

A RTP telefonou a dois dos milionários portugueses  constantes na lista de clientes do banco e esses também negaram. Um deles, uma mulher, perguntou à RTP como conseguira o seu número de telefone mas na peça que exibiu a RTP não lhe responde.

É importante que se saiba se  as pessoas mencionadas praticaram crimes fiscais ou se são  apenas clientes do banco com os impostos em dia, ou se não são nem uma coisa nem outra, como alegam alguns e, nesse caso, é preciso saber se alguém se esconde atrás deles.

Nos tempos que correm é politicamente incorrecto afirmar que a caça aos corruptos e aos milionários que se escondem em offshores não justifica que se exponham nomes de pessoas desconhecidas sem que se apure se efectivamente cometaram crimes. Os fins não justificam todos os meios e se relativamente aos políticos e outras figuras públicas a privacidade pode ter fronteiras porosas, já em relação a pessoas comuns não se justifica a devassa dos seus nomes.

O jornalismo de investigação é  fundamental para a concretização do direito à informação. Mas se for usado para práticas sensacionalistas descredibiliza a sua nobre missão de procura da verdade.

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