Na FIFA como no BES o jornalismo especializado não cumpriu a sua missão

Vimos como no caso BES/GES o jornalismo económico não cumpriu eficazmente o seu papel de escrutínio do grupo financeiro mais poderoso do País.

Também no caso FIFA o jornalismo desportivo falhou na desocultação dos escândalos financeiros que agora vieram e estão a vir a público.

E agora sobre a fortuna que o Sporting ofereceu a Jorge Jesus, a imprensa mal começou a perguntar, a medo, donde virá tanto dinheiro.

Estes casos não fazem mais que confirmar os estudos que dizem que o jornalismo especializado vive de tal modo imbrincado com as suas fontes que acaba por absorver a sua cultura e as suas causas.

O jornalista especializado conhece os segredos das instituições que cobre e a que só os privilegiados têm acesso. Torna-se um insider. Quando sabe algo que possa pôr em causa o acesso às “zonas de rectaguarda” da organização, prefere calar para não perder o acesso a essas “zonas”. E, depois, há as recompensas morais – beber do fino, conhecer e conviver com os “grandes”, os que decidem e influenciam, enfim… os que têm poder.

Mas, tarde ou cedo há sempre algum outsider, geralmente fora do círculo dos jornalistas especializados, que um dia vem dizer o que fez para chegar onde os que estão próximos não puderam ou não quiseram chegar. Nem sempre os métodos serão eticamente aceitáveis mas perdoam-se os meios usados  em nome dos fins alcançados.

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Uma resposta a Na FIFA como no BES o jornalismo especializado não cumpriu a sua missão

  1. Manolo heredia diz:

    O jornalismo especializado “cozinha-se! para a Reuters, para a Lusa, etc. A jusante só vejo papagaios,,,

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