São curiosas as reacções dos jornalistas às intervenções públicas de José Sócrates, feitas a partir da prisão. Por um lado, enviam-lhe pedidos de entrevistas e perguntas e esperam dias, semanas e meses até conseguirem que ele aceite. Depois, quando as conseguem, dão-lhe o maior destaque, o que é natural, dado que Sócrates continua a impor-se à agenda pública.
Porém, os meios de comunicação social que conseguem falar com Sócrates sentem depois necessidade de se demarcarem, como que desculpando-se por lhe terem dado a palavra, esclarecendo que não puderam fazer o contraditório, assim menorizando a informação que eles próprios se esforçaram por conseguir.
Mais ainda, as palavras de Sócrates são depressa convertidas através de interpretações sofisticadas num ataque implícito ao PS, mesmo que ele diga o contrário. António Costa surge então como vítima de Sócrates e Sócrates é acusado de prejudicar o PS cada vez que fala.
Fica assim criada uma inibição velada, de modo que ninguém com responsabilidades no PS se atreve a falar em Sócrates para não ser acusado de estar a prejudicar Costa e o PS e a misturar a política com a justiça.
E, como se não bastasse, se o assunto é discutido pelo público que telefona para os programas de rádio e alguém tem o desplante de apoiar as palavras de Sócrates e criticar o Ministério Público ou o Juiz de instrução com palavras mais duras ou inconvenientes, logo o moderador pede respeitinho pela Justiça, como se a Justiça estivesse acima da crítica e mesmo de alguma incontinência verbal, tão habitual nesses programas.
Dir-se-ia que Sócrates é para os jornalistas uma espécie de isca para atrair mas logo a seguir é repelido por quem tentou atraí-lo. O que ele diz é depois “servido” contra ele.
Ora, se os jornalistas o criticam por falar porque lhe pedem entrevistas?
Já se percebeu que me refiro à entrevista de Sócrates à TSF e ao DN publicada hoje por ambos os meios. E embora eu não tenha referido nomes, devo ressalvar que os autores da entrevista – Nuno Saraiva e Paulo Tavares – tiveram a atitude correcta. Deram-lhe o destaque merecido e não se desculparam com análises auto-castigadoras. E as perguntas que fizeram dão matéria para reflexão.
É pena que muitos socialistas se sintam intimidados e não tenham questões a colocar sobre o funcionamento da justiça.
Há uma razão que, pode inibir alguns “jornalistas” e, é simples José Sócrates
não é um entrevistado distraído, fácil de conduzir como pretenderam alguns
falsos “ícones” da nossa comunicação social que o digam, Judite de Sousa,
o Henrique do “Expresso” e, mais recentemente o J. R. Santos!
Por outro lado é notório em que mãos está a generalidade dos orgãos da
comunicação social quase todos nas àguas da maioria, veja-se o último dis-
pensado conotado com o PS, na TVI24 sim, o Augusto Santos Silva e com o
pretexto de ter criticado as sucessivas alterações do horário de apresentação
do seu espaço de opinião!!!
“A minha entrevista visa apenas impedir que o PS ganhe as eleições ao contrario do que dizem os meus algozes” foi o que eu imaginei ter ouvido Os media fazem destaque de tudo o que “venda” bem e o preso 44 tem sido um manancial de horas e horas de multirepetições e palha informativa; não vejo mão nitida dos adversários politicos; claro que muito adepto do PS já deve torcer a orelha a ter apeado o Seguro. O Costa é uma(visto) das costelas do socrates.E não ajuda nada aquela pleiade de caras que se amontoam atras do dao sebastiao Costa quando a televisão aparece.É que muitas tambem apareciam atras do preso 44.
Numa palavra. Não está preso para a campanha eleitoral ( ou passa-se por cima disso) e faz a agenda fora da campanha eleitoral.(à Justiça o que é da Justiça)