A detenção do procurador do Ministério Público Orlando Figueira por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais é um facto perturbador. Não porque outros agentes da justiça não tenham já anteriormente sido alvo de processos. Acontece, porém, que, segundo o Diário de Notícias, o procurador Orlando Figueiras foi responsável por processos relacionados com políticos e altas figuras do Estado angolano – “BES Angola” e “Caso Banif” – e terá recebido “luvas” em milhares de euros para arquivar esses processos.
Orlando Figueira deixou as funções de procurador para se tornar consultor para a área de “compliance” do Activo Bank e para a sociedade de advogados BAS, ambos com ligações a Angola. Isto é, além de luvas, o procurador terá sido também recompensado com emprego pelo arquivamento dos processos que envolviam aquelas altas figuras angolanas.
O procurador Orlando Figueira é um especialista na investigação da corrupção e do branqueamento de capitais, crimes de que está agora indiciado. Trata-se, pois, de um enorme embaraço para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) – o departamento em que trabalhou até 2012 – e para todo o Ministério Público.
O caso reveste-se ainda de contornos mais preocupantes quando se sabe que em 2012 a actual procuradora-geral, Joana Marques Vidal, impediu, com um voto contra, que o Conselho Superior do Ministério Público inquirisse o procurador Orlando Figueira sobre a entidade para quem estava a trabalhar. Não se sabe porque razão a procuradora-geral impediu que o procurador Figueira fosse inquirido.
Podemos sempre dizer que a justiça está a funcionar porque um procurador do Ministério Público foi detido e ficou em prisão preventiva. Podemos dizer que os magistrados são humanos e errar é humano. Podemos dizer, e eu digo, que o procurador Orlando Figueira é presumivelmente inocente. Mas se relativamente aos políticos, dada a sua má reputação, ninguém se surpreende quando lhes são apontadas suspeitas de corrupção, um magistrado do Ministério Público, ainda por cima, especializado na investigação da corrupção, ser suspeito de corrupção e detido por perigo de fuga e de perturbação do inquérito, é um escândalo de proporções incalculáveis, capaz de arrastar indelevelmente a credibilidade da justiça.
Como se diz aqui e muito bem, errar é humano. Mas, precisamente por isso, é que os representantes do Ministério Público, dada a sua responsabilidade e credibilidade, devem ser escrutinados com frequência. Carlos Patrício Álvares
No dia 26 de fevereiro de 2016 às 00:32, VAI E VEM escreveu:
> estrelaserrano@gmail.com posted: ” A detenção do procurador do Ministério > Público Orlando Figueira por suspeitas de corrupção e branqueamento de > capitais é um facto perturbador. Não porque outros agentes da justiça não > tenham já anteriormente sido alvo de processos. Acontece, porém, qu” >
O homem não era especialista; se soubesse alguma coisa de jeito não tinha sido apanhado. Cheira-me que foi pelas bandas do JES que mandaram a carta anonima. Cumprimentos
O dinheiro é uma tentação. Esta semana vi uma notícia que dizia que um ex-ministro chinês foi condenado à morte por corrupção.
Assim vejam!!! Os chineses sabem que a pena de morte funciona e mesmo assim, caem na ratoeira.
Agora num país onde os corruptos sabem que o crime compensa,. Não há volta a dar…É sempre a ensacar………………………….
A justiça está tão diferente do tempo do Socrates e da Candinha (quando não havia grande corrupção cá)
É. Na verdade. Mas o hábito já nos embotou a surpresa e o juízo. Passa a ser apenas mais um caso. A maioria dos portugueses nem sequer se exalta, conta-o por ser actual e estar na crista da onda. Mas não deixa de ser caricato que os portugueses intermediários e subornáveis sejam engavetados enquanto os cérebros estão em recato e omissos.
E o princípio da presunção da inocência? É só para alguns?
Acabei de ouvir agora Francisco Louçã dizer na Sic Notícias que o caso do procurador português detido por suspeitas de corrupção provavelmente “é mais um caso da Justiça de Angola do que da Justiça Portuguesa” !!!!!
ESTÁ SENIL. Absolutamente surreal.
na nossa casa mandamos nós!
Há um certo arguido que ainda se vai rir às gargalhadas.
«Há três tipos de estados: os estados marxistas, os estados capitalistas e o estado a que isto chegou» Salgueiro Maia
É bem real que o MP esteja já contaminado pela máfia tentacular da corrupção que,também pode incriminar inocentes e destruir carreiras e projetos de vida. Afinal os Magistrados são Deuses. Enquanto no activo,são intocáveis, juízes em causa alheia e própria.
… e como estará toda esta “cena” relacionada com as idas a Angola e estranhas declarações do anterior ministro dos negócios estrangeiros, ? Não haverá vasos comunicantes ? Eu não acredito em bruxas, mas….