Diz o Presidente no Prefácio do livro de intervenções “Roteiros VII”» a que chamou “UM PRESIDENTE EM TEMPOS DE CRISE”:
Não sei se o Presidente dispõe de algum estudo que estabeleça uma relação directa entre o que chama de “visibilidade fácil” do Presidente e a “margem de manobra e capacidade de interlocução junto dos agentes políticos e sociais”. Modestamente lhe digo que estudei o assunto a propósito das presidências-abertas de Mário Soares e a sua premissa não tem sustentação empírica ou teórica. Pelo contrário, sempre que o Presidente se esconde e se auto-silencia, perde poder e influência. É aliás, mais fácil calar-se do que expôr-se e falar aos portugueses.
Aliás, o que faz o Presidente quando fala aos jornalistas “entre portas” nos eventos onde comparece ou que organiza, ou quando os convoca para os seus “roteiros” senão procurar a visibilidade que agora critica?
Compreende-se que o Presidente não queira expôr-se às vaias dos cidadãos que agora o esperam sempre que sai do Palácio e prefira enviar mensagem aos eventos para onde o convidam, como aconteceu no aniversário da TSF. Mas não lhe fica bem acusar outros de “vaidade efémera” porque falaram e não se esconderam em momentos em que os cidadãos esperavam isso do Presidente.
O prefácio do Presidente é um texto auto-justificativo, uma espécie de relatório de actividades, não de “um Presidente em tempos de crise” mas de um Presidente em crise.
a não menção das suas funções como ministro das finanças do malogrado Sá Carneiro terá a ver com o a tragédia económica que se seguiu à tragédia humana do desastre de Camarate ( digo desastre, porque após tanta comissão de inquérito e demais atos judiciais, acredito tanto em atentado como nas insinuações sobre a morte de Hugo Chavez);