“nós temos de ter a noção de que temos de ter acesso ao mercado e os direitos são também aquilo que for a capacidade da economia de se fianciar”.
É sempre útil ouvir os milionários do regime dizerem o que pensam sobre o País, os direitos deles e os direitos dos outros.
António Mexia o presidente da EDP, empresa a quem o Estado paga milhões de euros em rendas, valores que são diluídos nas facturas da electricidade pagas por todos nós, acha que os direitos dos portugueses são comandados pelo “mercado” e que o Tribunal Constitucional deve ter em conta a capacidade económica dos portugueses. Não admira, pois, que questionado sobre se concorda com a afirmação do primeiro-ministro de que o problema não é a Constituição mas a interpretação que o TC faz da Constituição, tenha respondido “Sim”.
Estamos, pois, bem entregues: governo e gestores de topo fazem depender os direitos dos portugueses das agências de rating. Precisamos então de saber se o rating de Portugal nos dá direito a comer ou se já nem isso.
Já agora, façam um catálogo dos direitos dos cidadãos-sob-resgate e substituam o Tribunal Constitucional por um comité de gestores e banqueiros para fazerem cumprir o catálogo.
Dizer que estas declarações revelam uma enorme falta de cultura democrática e desconhecimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem que logo no seu artigo 1.º, declara: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade“, é dizer o menos.
O que podem um povo e um País esperar de gente assim?
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destaco que os eleitores(unicos que podem alterar o estado que temos) devem com a ajuda de boa informaçao e blogs diversos, exigir cada vez mais transparencia das contas publicas. Que como dizia a proposito um blog : eles(eleitores)estão convencidos que o festival de musica lhes vai sair gratuito!! Claro que julgam porque só vai ter oportunidade de conferir as contas do municipio muitos meses(anos?) depois; e infelizmente muitos meios nem “gostam” de destacar factos concretos nas suas analises(não vâo os dados desdizer o que se quer transmitir).Nada é importante se não aspirarmos a ter um país bem gerido(Alemanha, Finlandia..)
Meus caros, este senhor , pelos vistos já foi reeducado ! E pelos vistos foi tão bem sucedido que já entrou na fase de querer reeducar os outros. Declarações absolutamente ridículas , quiçá obscenas !
Não deixa de ter piada ver gente que sempre esconjurou a Constituição vir agora jurar a pés juntos que o mal não está nela mas na interpretação que dela faz o Tribunal Constitucional…
Mas adiante. Este, ao menos, vai direito ao assunto. Os outros, como Passos Coelho, que entendem que a leitura da Constituição deve ter presente a “crise” e quase se auto-suspender em razão da “crise”, esquecem-se a visão que se tem da “crise”, das suas razões e dos seus remédios, varia conforme o olhar político. Ou seja, esquecem-se que ao sustentarem a constitucionalidade da compressão de certos direitos adquiridos, designadamente na área laboral e da segurança social, legitimam, como bem sublinhou o ex-presidente do STJ, Noronha de Nascimento, a defesa da constitucionalidade da compressão de outros direitos adquiridos, como a propriedade de bens ou de empresas, que outros olhares políticos sustentariam como remédio para a “crise”. Neste aspecto, este, ao deixar as coisas nas mãos dos mercados, evita esses devaneios interpretativos.
Acima de tudo subvertem as questões! O problema está no des-governo que o País tem
dado serem pouco versados no conhecimento da Constitução e, objectivamente, procu-
ram arranjar um bode expiatório para onde lançar as culpas da sua incompetência!!!
Infelizmente não pode esperar nada de bom; e ouvir o senhor Mexia falar, naquele tom “suave” que o caracteriza, causa simplesmente náusea.
Isto, além do mais, na mesma semana em que se sabe que a sua companhia-como ele gosta de dizer-drena lucros para a Holanda com a finalidade de não pagar impostos em Portugal.
direito era os gestores não ganharem 4,5 milhões por ano!
Não são os “politicos” que ganham muito,são os capitalistas disfarçados de politicos que estão a dar cabo do país e dos portugueses.