A crer no que se leu e ouviu sobre o projecto de relatório da deputada do PSD, relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito aos swaps, tudo o que tivemos ocasião de ouvir nos directos televisivos das audições da ministra Maria Luís Albuquerque na citada Comissão, e relatei aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, era mentira. para a relatora, a ministra nunca caíu em contradições; quando chegou ao governo não sabia sequer o que era um swap; ninguém lhe passou documentos nem foi informada sobre a existência de swaps; Costa Pina nunca falou com ela nem sabe quem é; também não sabe quem era Pais Jorge, nem quem o convidou para lhe suceder quando ela passou de secretária de estado a ministra.
Ao que se lê sobre o tal relatório, a única coisa real é o facto de ele revelar que esta Comissão Parlamentar de Inquérito aos swaps foi uma ficção. Aliás, não foi a primeira nem será a última comissão parlamentar a transformar-se num circo mediático.
Estas comissões valem pelo espectáculo das perguntas e respostas, ao podemos ver na televisão as mentiras de uns, os embaraços de outros, as omissões e os silêncios de mais uns quantos. Apreciar a exibição dos deputados que atacam e dos que defendem quem é atacado, enfim, divertimo-nos imenso com aquelas sessões de audições.
Até que chega uma ilustre desconhecida, como é o caso da deputada relatora desta Comissão aos swaps, que produz um relatório em que nem fala da ministra Albuquerque. Uma maravilha! a ministra não existe, ou pelo menos a relatora nunca a viu, não estava lá quando a ministra foi ouvida na Comissão.
A relatora não quis chatear a ministra e já que a nomearam relatora produziu não um relatório mas um apagão. Para a relatora, a ministra Albuquerque nunca existiu.
Venha a próxima Comissão de Inquérito, já que andamos todos um pouco tristinhos com tanta pobreza. Ao menos as comissões de inquérito sempre nos divertem.
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Realmente perante tanto trabalho “proficuo” 10% dos deputados chegavam.Não fosse o problema dos tachos para os bois.